1. O que é hemangioma?
Lesões, nódulos ou tumores podem se formar em todos os órgãos do corpo humano, mas apesar de estar relacionado ao câncer em alguns casos específicos, nem sempre esse tipo de lesão representa um risco, e o hemangioma no fígado é um bom exemplo disso.
Essa lesão pode acompanhar uma pessoa durante toda a sua vida, sem que ela saiba que a possui. Mas é importante conhecer mais sobre ele para entender como se forma e se pode trazer algum tipo de transtorno.
2. O que é hemangioma no fígado?
O hemangioma no fígado (hemangioma hepático) é um tumor benigno que se forma em função de vasos sanguíneos que se enovelam. Ele não é um problema causado por bactérias, vírus, e nem se trata de uma inflamação.
Na verdade sua formação acontece enquanto o embrião está se desenvolvendo, ou seja, trata-se de um problema congênito. A pessoa nasce com ele e muitas vezes o descobre apenas depois de anos.
Hemangiomas podem se formar em vários órgãos do corpo humano. Na pele, por exemplo, ele é caracterizado por manchas vermelhas. Já no fígado, surgem pequenos tumores, que em nada afetam a função hepática.
3. Quais são os Sintomas ?
Pessoas que têm hemangioma no fígado podem nem mesmo descobrir que o tumor existe, porque ele não costuma manifestar sintomas. É como que se mantenha do mesmo tamanho que tinha no nascimento do indivíduo, sem sofrer alterações ao longo do tempo.
Porém, também acontece de vir a crescer, mas ainda assim raramente o médico pede algum exame específico para identificá-lo, sendo mais comum diagnosticar o hemangioma durante a realização de um exame solicitado por outro motivo.
Essas lesões, de achados incidentais são na maioria das vezes pequenas, porém podem ter casos grande, e aquelas classificadas com gigantes chegam a atingir mais de 5 cm de diâmetro. Nesses casos é que o hemangioma costuma causar algum incômodo, porque seu volume o leva a “dilatar” a cápsula do fígado ou a empurrar outros órgãos e estruturas próximas, como o estômago.
Quando isso acontece ele pode causar saciedade precoce, dor abdominal, febre, náuseas, sensação de estufamento após as refeições e vômitos. Mas lembrando que essas condições são incomuns, e mesmo nesses casos, o hemangioma é encontrado por acaso.
4. Qual o risco de Complicações Clínicas?
Por ser benigno, o hemangioma não traz consequência graves para a saúde do paciente. Apenas quando ele cresce demais é que pode trazer os incômodos citados acima, e nos casos raros de ocupar uma grande parcela do fígado, o risco é o seu rompimento.
A lesão não se rompe sozinha, mas se for grande demais e a pessoa sofrer um trauma, então os vasos sanguíneos se rompem ocasionando hemorragia interna. Também podem se formar coágulos em seu interior, condição que leva ao consumo de plaquetas, que por sua vez, aumenta a chance de hemorragias em outros órgãos.
5. Como é feito o Diagnóstico?
Pela ausência de sintomas, o hemangioma costuma ser descoberto quando o paciente precisa tratar ou investigar outros problemas de saúde. Em mulheres, por exemplo, os tumores podem ser descobertos em função da realização de exames de imagem par fins ginecológicos.
De toda forma, o tumor é investigado pelo especialista para que possa se obter um diagnóstico preciso e excluir a hipótese de doenças mais agressivas. Então, são solicitados exames de imagem para análise da lesão, como a ultrassonografia, tomografia e a ressonância nuclear magnética.
Também podem ser solicitados outros exames para nódulos duvidosos e não característicos de hemangioma, como a cintilografia, arteriografia, biópsia hepática (não deve ser realizada na suspeita de hemangioma) e exames laboratoriais para identificar se o tumor não é maligno. De toda forma, apenas em casos duvidosos, porque o exame de imagem é suficiente para identificar o tipo de lesão.
6. Quais são as opções de tratamento ?
Quando o hemangioma no fígado é pequeno, e não causa sintomas ele não precisa ser tratado. Ou seja, necessita de acompanhamento médico e exames anuais ou a cada dois anos para observar se houve alteração de tamanho da lesão.
A indicação de cirurgia existe em casos extremos. Ou seja, apenas quando o tumor é classificado como gigante e interfere na qualidade de vida do paciente, ou em casos pós-trauma e com sangramento da lesão. Nesses casos as indicações variam conforme a necessidade de cada um, variando entre:
- ressecção cirúrgica;
- embolização;
- ligadura da artéria hepática;
- corticoterapia;
- radioterapia;
O transplante hepático pode estar indicado para o tratamento do hemangioma gigante com síndrome compartimental. Ou seja, casos gigantes (normalmente ocupam todo o fígado) com aumento importante da cavidade abdominal, e exames que demonstrem que o grande volume da lesão dificulte a alimentação do paciente (por exemplo compressão do estômago, esôfago) e a decorrente associação com a perda de peso.
O tamanho do tumor em si não é um fator que indica a necessidade de tratamento. O que determina isso é a influência do hemangioma na saúde do paciente e as complicações que ele pode causar.
De toda forma, o hemangioma no fígado exige cuidados mais expressivos em poucos casos. O paciente pode manter uma vida normal, convivendo com o problema sem nem mesmo o perceber, mas se for preciso tratar, as chances de cura são altas e as complicações mínimas.