Transplante Hepático na Insuficiência Hepática Aguda

Critérios de Transplante Hepático na Insuficiência Hepática Aguda: Quando a Cirurgia é a Única Chance de Sobrevida

A insuficiência hepática aguda (IHA) é uma das emergências médicas mais graves da gastro-hepatologia. Caracteriza-se pela perda súbita da função do fígado, em um paciente sem doença hepática prévia conhecida, geralmente evoluindo em dias ou semanas. Nessas situações, o transplante hepático pode ser a única opção capaz de salvar a vida.


O que define a insuficiência hepática aguda?

Na IHA, o fígado perde rapidamente a capacidade de realizar suas funções vitais, como metabolizar toxinas, produzir proteínas da coagulação e manter o equilíbrio metabólico. Clinicamente, o quadro é definido pela presença de:

  • Icterícia intensa;
  • Coagulopatia (aumento do INR);
  • Encefalopatia hepática (alterações de consciência);
  • Instalação em até 26 semanas do início dos sintomas, em indivíduos previamente sem doença hepática crônica.

Quando indicar o transplante hepático?

Nem todo paciente com IHA precisa de transplante imediato. Para guiar a decisão, foram estabelecidos critérios prognósticos que ajudam a identificar quem tem menor chance de sobreviver apenas com suporte clínico.


Critérios de King’s College (os mais utilizados)

➤ IHA causada por paracetamol

Transplante indicado se:

  • pH arterial < 7,3 após ressuscitação, ou
  • Todos os seguintes:
    • INR > 6,5
    • Creatinina > 3,4 mg/dL
    • Encefalopatia hepática grau III ou IV

➤ IHA de outras causas

Transplante indicado se:

  • INR > 6,5, independentemente de outros fatores, ou
  • Três ou mais dos seguintes critérios:
    • Idade < 10 ou > 40 anos
    • Etiologia não favorável (drogas, hepatite indeterminada, etc.)
    • Intervalo > 7 dias entre início da icterícia e encefalopatia
    • INR > 3,5
    • Bilirrubina > 17,5 mg/dL

🚨 Importância clínica

A mortalidade da insuficiência hepática aguda sem transplante é extremamente elevada (acima de 70% em alguns cenários). Já os pacientes submetidos a transplante em tempo oportuno têm sobrevida de 60–80%, dependendo do centro e da gravidade da condição. Assim, reconhecer precocemente os critérios de transplante hepático na insuficiência hepática aguda é vital para garantir que o paciente seja encaminhado rapidamente a um centro transplantador.


Outros sistemas de avaliação

  • Clichy Criteria (França): considera grau de encefalopatia e nível do Fator V da coagulação.
  • MELD Score: útil no contexto de doença crônica, mas com papel limitado em IHA.
  • APACHE II: aplicado em UTI, mas sem especificidade hepática.

Por que a decisão deve ser rápida?

A mortalidade da IHA sem transplante pode ultrapassar 70%. Já os pacientes que recebem um fígado compatível em tempo oportuno apresentam taxas de sobrevida em torno de 60% a 80%, dependendo da gravidade e do centro transplantador. Por isso, o reconhecimento precoce dos critérios é essencial para transferir o paciente rapidamente a um centro habilitado em transplante hepático. Cada hora de atraso pode reduzir significativamente as chances de sucesso.


Conclusão

A insuficiência hepática aguda é uma emergência médica devastadora. Conhecer e aplicar corretamente os critérios de transplante hepático é fundamental para salvar vidas. No Instituto ProGastro, nossa equipe está preparada para identificar precocemente esses casos, oferecer suporte clínico intensivo e encaminhar o paciente para avaliação cirúrgica quando necessário.


Gostou ❔ Nos deixe um comentário ✍️ ou mande sua dúvida pelo 💬 Chat On-line.

🤳🏻 Agende com os nossos #especialistas pelo WhatsApp ou Telefone:
📲 👩🏽‍⚕️Clínico: (98) 9 9130 4454
📲 👨🏻‍⚕️Cirúrgico: (98) 9 8866 4454


#TransplanteHepático #InsuficiênciaHepáticaAguda #Hepatologia #EmergênciaHepática #InstitutoProGastro