Ozempic® , Saxenda® e Mounjaro® 

Avanços Promissores no Tratamento da Obesidade: Análogos de GLP-1 na Vanguarda

Desafios Passados e a Promessa Atual

Ao longo da história, tratamentos para a obesidade enfrentaram fracassos e desafios, muitas vezes ligados à pressão social para perder peso e à crença generalizada de que o excesso de peso reflete falta de força de vontade. Desde as “pílulas dietéticas arco-íris” repletas de anfetaminas e diuréticos dos anos 1940 até o surgimento e queda do fen-phen nos anos 1990, associado a condições cardíacas e pulmonares catastróficas, a busca por medicamentos seguros e eficazes para perda de peso foi pontilhada de insucessos. Entretanto, uma nova classe de terapias está rompendo esse padrão, trazendo esperança renovada para a redução das taxas de obesidade e doenças crônicas interligadas. Esses medicamentos mimetizam um hormônio intestinal chamado glucagon-like peptide-1 (GLP-1), transformando não apenas a medicina, mas também a cultura popular e os mercados globais, de maneiras empolgantes e desafiadoras. Originalmente desenvolvidos para diabetes, esses agonistas do receptor GLP-1 induzem significativa perda de peso, com efeitos colaterais geralmente gerenciáveis.

A Virada de Jogo: GLP-1 na Vanguarda da Ciência

Em 2023, a Science nomeou os medicamentos GLP-1 como o “Avanço do Ano”, reconhecendo não apenas os benefícios na perda de peso, mas evidências convincentes de melhorias na insuficiência cardíaca e na redução do risco de ataques cardíacos e derrames. Essa revolução não é apenas sobre a perda de peso, mas sobre benefícios significativos para a saúde que transcendem a própria perda de peso.

A Jornada do GLP-1: Da Descoberta ao Impacto

A história do GLP-1 levou décadas para se desenrolar, inicialmente não relacionada à luta contra a obesidade. Na década de 1980, pesquisadores descobriram o GLP-1 enquanto investigavam diabetes e regulação do açúcar no sangue. Após anos de trabalho meticuloso, as descobertas se acumularam, revelando um hormônio com influência abrangente no corpo e no cérebro. Desenvolvido como tratamento para diabetes, o primeiro medicamento GLP-1 foi o exenatide (Byetta®), aprovado em 2005. Anos depois, o liraglutide (Victoza®) foi aprovado para diabetes e, posteriormente, para obesidade em 2014. No entanto, a verdadeira revolução ocorreu dois anos atrás, com a aprovação do semaglutide (Ozempic® para diabetes e Wegovy® para obesidade) nos EUA. Diferentemente de seus predecessores, o semaglutide requer apenas uma injeção semanal, e um estudo crucial revelou uma perda de peso sem precedentes de 15% do peso corporal ao longo de aproximadamente 16 meses.

Além da Perda de Peso: GLP-1 e Saúde Cardíaca

Em agosto, um estudo com 529 pessoas com obesidade e insuficiência cardíaca mostrou que, após 1 ano, aqueles que utilizaram semaglutide tiveram quase o dobro de melhoria cardíaca em comparação com o grupo placebo. Em um estudo maior com 17.000 pessoas com excesso de peso e doença cardiovascular, aqueles que usaram semaglutide apresentaram um risco 20% menor de ataques cardíacos e derrames. Esses ensaios foram os primeiros a demonstrar benefícios significativos à saúde além da perda de peso.

Veja abaixo as opções de tratamento e as características gerais de cada medicamento

Zepbound® – Uma Promessa para o Controle Peso

  • Substância: Tirzepatida
  • Farmacêutica: Eli Lilly
  • Situação: Aprovado nos EUA, em análise na Anvisa
  • Objetivo: Tratamento da obesidade ou sobrepeso com comorbidades relacionadas ao peso
  • Perda de peso: Estudos recentes, como o SURMOUNT-4, indicam uma perda de aproximadamente 25,3% após 88 semanas
  • Contraindicação: Alergia à tirzepatida, histórico de carcinoma medular da tireoide ou síndrome de neoplasia endócrina múltipla tipo 2

Mounjaro® – A Caminho do Mercado Brasileiro

  • Substância: Tirzepatida
  • Farmacêutica: Eli Lilly
  • Situação: Aprovado pela Anvisa (previsto para 2024)
  • Objetivo: Controle glicêmico (diabetes tipo 2) e perda de peso (uso off-label)
  • Perda de peso: Cerca de 25,3% após 88 semanas (SURMOUNT-4)
  • Contraindicação: Alergia à tirzepatida, histórico de carcinoma medular da tireoide ou síndrome de neoplasia endócrina múltipla tipo 2

Ozempic® – Já Disponível, Aguardando Wegovy® no Brasil

  • Substância: Semaglutida
  • Farmacêutica: Novo Nordisk
  • Situação: Disponível nas farmácias
  • Objetivo: Controle glicêmico (diabetes tipo 2), uso off-label para perda de peso
  • Perda de peso: Cerca de 17,4% após 68 semanas (STEP-4)
  • Contraindicação: Alergia à semaglutida

Wegovy® – Uma Nova Alternativa no Horizonte

  • Substância: Semaglutida
  • Farmacêutica: Novo Nordisk
  • Situação: Aprovado pela Anvisa (previsto para 2024)
  • Objetivo: Tratamento da obesidade ou sobrepeso com comorbidades relacionadas ao peso
  • Perda de peso: Cerca de 17,4% após 68 semanas (STEP-4)
  • Contraindicação: Alergia à semaglutida

Saxenda® – Controle Diário com Liraglutida

  • Substância: Liraglutida
  • Farmacêutica: Novo Nordisk
  • Situação: Disponível nas farmácias
  • Objetivo: Tratamento da obesidade ou sobrepeso com comorbidades relacionadas ao peso
  • Perda de peso: Cerca de 6% na dosagem após 56 semanas (estudo SCALE)
  • Contraindicação: Alergia à liraglutida

Victoza® – Controle Glicêmico Diário com Liraglutida

  • Substância: Liraglutida
  • Farmacêutica: Novo Nordisk
  • Situação: Disponível nas farmácias
  • Objetivo: Controle glicêmico (diabetes tipo 2)
  • Perda de peso: Cerca de 6% na dosagem de 3 mg após 56 semanas (STEP-4)
  • Contraindicação: Alergia à liraglutida

Trulicity® – Controle Semanal com Dulaglutida

  • Substância: Dulaglutida
  • Farmacêutica: Eli Lilly
  • Situação: Disponível nas farmácias
  • Objetivo: Controle glicêmico (diabetes tipo 2)
  • Valor: Varia entre R$ 614,55 e R$ 797,38 (dependendo da alíquota do ICMS em cada estado)
  • Contraindicação: Alergia à dulaglutida, histórico de carcinoma medular da tireoide ou síndrome de neoplasia endócrina múltipla tipo 2

Mudando Estilos de Vida com Suporte Medicamentoso

Os análogos de GLP-1 simulam o hormônio homônimo no corpo, agindo no pâncreas, estômago e cérebro para aumentar a produção de insulina, reduzir a digestão e ativar a sensação de saciedade. Enquanto semaglutida, liraglutida e dulaglutida simulam apenas o GLP-1, a tirzepatida destaca-se como um duplo agonista, simulando também o hormônio intestinal GIP. Futuramente, a retatrutida, um triplo agonista, promete resultados ainda mais expressivos. O Cirurgião do Aparelho Digestivo PROF. DR. OZIMO GAMA destaca que esses medicamentos devem ser combinados com mudanças de hábitos, como melhorias na alimentação e adoção de atividades físicas regulares, para otimizar os resultados.

Usar com Cautela Sob Orientação Médica

Todos os medicamentos apresentam efeitos colaterais, geralmente leves, como náuseas, diarreia e tonturas. Indicados apenas sob prescrição médica, esses tratamentos exigem uma abordagem holística, onde a incorporação de hábitos saudáveis é fundamental para alcançar resultados duradouros. Transformações, por enquanto, evidenciam-se principalmente entre os estratos socioeconômicos mais privilegiados. Estes medicamentos sugerem a possibilidade de aprofundar a disparidade social no enfrentamento da obesidade, que impacta de maneira mais acentuada os grupos economicamente menos favorecidos em várias populações. Um estudo conduzido em 2022 pela Fundação Getulio Vargas, que analisou dados globais, revela que economias com renda per capita consideravelmente acima da média mundial, como Luxemburgo, Singapura e Suíça, têm menos de 13% da população em situação de obesidade. Em contrapartida, conforme a Pesquisa Nacional de Saúde do Ministério da Saúde, no Brasil, um em cada quatro adultos estava obeso em 2019.

O Futuro dos Tratamentos GLP-1

Apesar do entusiasmo, os medicamentos GLP-1 não estão isentos de efeitos colaterais e incertezas. Complicações gastrointestinais e náuseas levam alguns a interromper o tratamento. Preocupações sobre pessoas não obesas recorrendo a esses medicamentos para emagrecer também estão presentes. Além disso, questões sobre se os agonistas do GLP-1 são medicamentos “para sempre”, necessários indefinidamente para manter a perda de peso, persistem. O alto custo desses medicamentos, ultrapassando os $1000 por mês, também é uma barreira significativa. Diante desse cenário, terapias que mimetizam múltiplos hormônios, como o Tirzepatide da Eli Lilly, aprovado em novembro nos EUA para perda de peso, estão surgindo. Estudos clínicos revelaram perdas de até 21% do peso corporal com esse novo medicamento.

Ressignificando a Obesidade como uma Condição Crônica

A saga do GLP-1 está redefinindo não apenas o tratamento da obesidade, mas também a compreensão da obesidade como uma condição crônica enraizada na biologia, não como uma simples falta de força de vontade. Essa mudança pode ter um impacto tão significativo quanto o próprio medicamento. Enquanto celebramos os avanços, é crucial enfrentar os desafios e incertezas que acompanham essa revolução no tratamento da obesidade. No Brasil para pessoas obesas, o Sistema Único de Saúde (SUS) oferece dois tipos de atendimento: acompanhamento nutricional, com limitações associadas ao poder aquisitivo e às condições práticas para priorizar alimentos in natura, e a cirurgia bariátrica, cuja fila de espera pode ultrapassar um ano. Segundo a Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica, em 2022, foram realizados 74.738 procedimentos no Brasil, sendo 65.256 através de planos de saúde. No entanto, ainda não há disponibilidade de tratamento medicamentoso gratuito.

Lembre-se: A informação aqui fornecida é para orientação geral. Sempre consulte seu médico para aconselhamento específico sobre sua situação.

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